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Makishima Shougo – Psycho Pass

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Makishima Shougo não é nem de longe um vilão. Ele pode até parecer de relance, pra algumas pessoas que tem uma visão mas moldada sobre o que é o bem e o mal, porém, pra quem sabe que diversos pontos de vista existem por aí, e respeitá-los é uma tarefa difícil pra humanidade, consegue entender a complexidade de se afirmar que alguém é mal ou não. Mal em que sentido? Makishima Shougo era realmente sádico ou só possuía objetivos maiores do que os outros nesse mesmo contexto podiam enxergar? Afinal, Shougo era o único que podia enxergar daquela maneira, o John de Admirável Mundo novo, ele fugiu do mundo, esteve o tempo todo resguardado em sua própria consciência, ele sabia o que era liberdade e não aceitava o jeito de viver dos outros, ele não suportava lidar com a ignorância e ver de relance aquela gaiola que aprisionava os fantoches sem vida chamados humanos.

Com esses ideias, uma mente fria e calculista, e um jeito irônico e sarcástico de se comunicar com os outros, Shougo conseguiu ser o destaque de Psycho-Pass.

Makishima

O Anime abrange toda visão distópica de alguns livros do começo da década de 30, é através de um pseudo totalitarismo que a história começa a se firmar. Em um mundo onde o princípio de que “todos são inocentes até que se prove o contrário” não se aplica, o julgamento é dado por um sistema que analisa o estado mental das pessoas e as categoriza como potenciais criminosos ou não. É dada também uma probabilidade de “cura”, de recuperação mental desses indivíduos. Caso essas pessoas sejam classificadas como irrecuperáveis, sua sentença pode ser a prisão ou a morte, mesmo que não tenham cometido crime nenhum. Como auxílio em suas investigações, a polícia usa um grupo de prisioneiros “especiais”, chamados Executores (Enforcers), para ajudá-los a capturar ou matar esses indivíduos “não mais necessários”. Akane Tsunemori é uma policial que acaba de ser transferida para essa divisão, mas ela parece não acreditar que existam pessoas irrecuperáveis.

Com um contexto e temáticas agradáveis de serem explorados, os personagens inseridos na trama se tornam o prato principal desse anime único, e diante de todos os supostos bem feitores da história, há o choque entre duas perspectivas, a de Makishima Shougo que vai contra o sistema, e dos justiceiros, que tentam punir as pessoas que saem da linha e tem seus coeficientes criminais elevados. O problema maior é quando os justiceiros descobrem que Shougo possuía um coeficiente criminal igual a 0, ou seja; Ele era imune às armas e técnicas usadas pelos justiceiros, um ser livre e um dos únicos liberto daquele mundo acorrentado e alienado.

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A Análise

Alguns espectadores e fãs do anime podem até sentir certa raiva por Shougo, devido à todas as crueldades que ele cometeu, o cara controlou e manipulou diversas pessoas no decorrer da série, tudo pra provocar os justiceiros, principalmente Kagami, um rival que este intitulou. Os ideais de Shougo, porém, era bem maiores do que sua disputa pessoal com o ‘herói’, ele queria ver um novo mundo, assim como Hitler, como Kira, como outros injustiçados taxados como vilões por aí, bem, não que Hitler não tenha sido um vilão, porém, não se pode dizer que todos os seus objetivos tenham sido dos piores, e ao contrário destes citados, Shougo tinha uma boa razão pra se voltar contra a sociedade.

Ele viveu sozinho, isolado daquele mundo que se estruturava, assim como Bernad (Admirável Mundo Novo) que se sentia excluído por ser diferente, Shougo, por nascer especial, com outra visão do mundo, acabou se tornando um zero à esquerda nessa sociedade controlada pelo sistema sybil, ele não passava de um simples cone sem espaço, já que seu coeficiente criminal era sempre zero, ele não podia fazer parte da sociedade convencional que cuidava dos seus deveres diariamente, era um rato vivendo em um esgoto e criando cada vez mais ódio e repulso por aqueles ao seu redor. Ele era apenas um rapaz assustado querendo aparecer e mostrar que não é somente um peso morto, e juntando isso à sua inteligência, frieza e personalidade forte, Shougo passou a ser estimado como um vilão, controlando as pessoas apenas para mostrar que alguns indivíduos não seguem aquele sistema corrupto, que as pessoas podem sim serem livres, ele queria mostrar a revolução, e não se importava se sangue de inocentes fossem gasto nesse processo, apenas queria correr para o centro da estrada e tirar aquelas cortinas que cobriam a visão das pobres almas de um mundo movido à mentiras.

Colocado em um cerco, começa a perseguição de gato x rato entre Kogami e Shougo, onde ambos possuem ideais, mas, pra ser sincero, os ideais de Shougo conseguem ser muito melhores e mais concretos do que os de Kogami, que no final, se mostrou fraco a não querer colocar suas mãos em uma alavanca que partia para a revolução, este decidiu viver apenas de sua maneira, mesmo sabendo que o sistema era conturbado e não havia maneiras de se fugir. Shougo por outro lado, não foi omisso, ele criou planos e foi longe, longe demais até para arriscar sua vida em busca da liberdade de todos.

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Por que o destaque?

Makishima Shougo foi um personagem épico, assim como muitos vilões inteligentes e com objetivos fortes, ele conseguiu cativar o público com seu carisma e sua personalidade fina e marcante, aposto que muitas garotas criaram uma fanbase dele do que do Kogami, afinal, nem todos conseguem ver Shougo como um vilão, e é esse empasse que o torna especial, afinal, seus objetivos não eram maus, apenas seus métodos eram um pouco exagerados, devido a seu isolamento da sociedade, ele soube criar toda coragem que preservou durante anos, toda sua motivação que o impulsionou para tomar as devidas atitudes sem se importar com as pessoas ao seu redor, criando sacrifícios necessários para se mudar o mundo, mesmo que este esteja longe de ser mudado. Shougo é alguém do século passado tentando encontrar uma saída daquele mundo moderno, não aceitando as razões de um sistema que fazia a sociedade ser menos autônoma e mais mecânica, ele era o verdadeiro justiceiro da série, não aceitava apenas ficar sentado esperando com que mais pessoas tivessem sua liberdade comprimida e seus sonhos afundados, pensando e vendo as coisas de outra maneira, Shougo se importava com as outras pessoas, e unindo isso com sua fática dedicação, conseguiu criar um tremendo tumulto e mostrar à algumas pessoas que todos podem pensar individualmente.

Além disso, as melhores frases do anime foram proporcionadas por ele, é quase como um filósofo reprimido tentando sair do universo visto pelos olhos de todos os telespectadores imóveis em cima de uma colina. Diria que o seu final foi digno, apesar de poder ter chegado mais longe, o anime acabou com uma suposta vitória da parte de Shougo, visto que seus ideais se mostraram fortes e que pessoas como ele eram as únicas que podiam entender aquele mundo.

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Carisma: 5/5

Character Design: 4/5

Personalidade: 5/5

Força / Inteligência: 5/5

Estereotipo: 5/5

Participação no Anime: 4/5

Média: 28/30

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Kunieda Aoi – Beelzebub

Beelzebub é um dos grandes mangás atualmente lançados nas páginas da shounen JUMP, revista mais famosa e requisitada pelos otakus no Japão, cujo tema, como já dito em seu nome, se baseia em obras shounen; Mangás ou animes com um público masculino com idade de 10 a 21 anos, ou seja, jovens e adolescentes. A maioria desses mangás;animes tratam de temas como amizade, batalhas e comédia romântica, todos com aquele ar jovial típico de uma série com lutas e desafios, gênero que vai além desse perfil apurado, tendo fãs de várias idades, e como consequência, os mangás mais vendidos de todos os tempos se encaixam nessa grade, como Dragon Ball e One Piece, além de outros sucessos como Naruto e Bleach.

Beelzebub chegou como uma obra pra se igualar a esses gigantes da JUMP (Naruto, One Piece, Bleach [que já não é tão gigante assim] e atualmente Toriko), com uma temática um pouco diferente, a trama começa com o protagonista Oga Tatsumi, um delinquente meio lesado e preguiçoso que é considerado um dos mais fortes do colégio cujo qual estuda que, do nada, acaba fazendo contrato com o rei do inferno Beelzebu para cuidar do seu filho, Beel, até o mesmo crescer, e desde então, Oga vive cercado de perigos, demônios e também começa a ganhar certa força vinda desse contrato. Ele vive cercado por outros delinquentes e possui um amigo tarado e idiota, Furuichi, que não possui características de delinquente mas por azar, tem que conviver em um ambiente daquele tipo. Dentre os companheiros de Oga nesse shounen que é mais uma comédia do que pancadaria, mas ainda assim, possui seus momentos de luta, está Kunieda Aoi, que inicialmente foi apresentada como sendo uma das garotas mais fortes do colégio Ishiyama, a líder das Red Tails, grupo de garotas ‘delinquentes’ do colégio.

A garota, aparentemente, possui traços delicados e demonstra ter disciplina e um senso apurado de honra, cresceu em uma família tradicional de um dojo, e desde então, recebeu tratamento digno para se tornar uma garota respeitável e orgulhosa, tem a justiça envolta de seus olhos, vê todos ao seu redor de maneira filtrada, liderando de maneira firme seu grupo, onde, para ela, todas as garotas tem sua importância e dedicação. Kunieda, assim como Oga, é uma das personagens mais fortes do mangá, e também como este primeiro, de vez em quando, cuida de uma criança, sendo taxada de criadora fodona de crianças (comparação direta com o apelido dado a Oga.) A jovem mantém uma atitude séria na maioria do tempo, sempre confiante e educada com as pessoas, apesar de parecer assustadora para quem não a conhece, e também, para aqueles que a conhecem muito bem e sabem que se, por ventura, saírem da linha excessivamente no colégio ou se meterem com as red tails, ela lhes dará a punição necessária para nunca mais esquecerem.

Depois de ter enfrentado Oga e se aproximado consideravelmente do mesmo, passou a ter seu lado tsundere mais relevado, seus ataques de timidez acabam demonstrando os sentimentos verdadeiros da garota em relação ao protagonista. Kunieda considera Hilda como sua rival, não somente por esta segunda viver junto de Oga (seu amado), mas também ser bem superior à ela em força, por se tratar de um demônio, é óbvio, e com isso, Kunieda treina para tentar superá-la. Nas batalhas ela utiliza uma espada de madeira e como característica própria, usa algumas faixas amarradas em seus peitos (estilo sapatona hardcore) em alguns momentos, e convencionalmente (depois de ter aflorado seu lado tsundere mais tsun do que dere) Kunieda passa a se vestir de maneira mais ‘fofa’.

Por que o destaque?

Beelzebub não é lá um mangá tão excepcional assim, apesar de ser bem divertido e ter alguns bons momentos entrando na categoria battle shounen, mas acho que a série se destaca mais com uma comédia, e seu diferencial, ao menos para mim, são os personagens, a maioria possui seu próprio carisma e personalidade, mesmo grande parte deles sendo delinquentes ou demônios, e no meio desse elenco, principalmente no que se diz respeito às mulheres, Kunieda certamente é diferenciada. Além de fazer um par indireto com o protagonista, ela é uma das mais fortes do mangá, além de seu character design (levando em conta os traços ótimos do autor) ser uma beleza, ela tem uma técnica de luta estilosa e possui movimentos rápidos e sutis, quase nunca foi derrotada, além de ter um grande senso de justiça, possuir um orgulho forte como uma rocha e ser uma tsundere, característica que qualquer um por aí gosta como estereotipo clássico de animes e mangás, ainda mais se essa personagem for bem fofa em seus momentos explosivos ou de vergonha. Kunieda é uma mistura de personagem dura mas com um lado moe, algo que não se encontra por aí em mangás shounen, desculpe os fãs mas, não da pra comparar as garotas de One Piece, Bleach e Naruto com a Kunieda, ela tem uma personalidade bem mais definida e consegue conquistar o público

Carisma: 5/5

Character Design: 4/5

Personalidade: 4/5

Força: 4/5

Estereotipo: 5/5

Participação no Mangá: 4/5

Média: 27/30

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